Toda pessoa com a doença renal precisa ter alguns cuidados com a alimentação, com o uso correto das medicações, com a higiene e a limpeza. Alguns alimentos devem ser evitados e até proibidos para consumo, como no caso da carambola (sua ingestão pode ser mortal devido à produção de uma toxina que agride o sistema nervoso).
Deve-se manter refeições com pouco sal (alimentos pobres em sódio), pouco fósforo, potássio, proteínas de acordo com as necessidades de cada paciente e líquidos Procure a nutricionista para saber quais os alimentos que podem ser ingeridos e os que devem ser evitados.
O que o paciente renal pode, ou não, comer?
A dieta do paciente renal crônico pode variar de acordo com cada paciente (se é diabético ou hipertenso) ou do resultado de seus exames mensais de rotina. As principais orientações nutricionais para os pacientes renais crônicos são em relação à ingestão de líquidos, proteínas, sódio (sal), potássio e fósforo.
Sobre os líquidos
A ingestão recomendada varia com a quantidade do seu volume urinário. Por exemplo, se o volume de urina for de 350 ml em 24h, então poderá beber 500 ml + 350 ml = 850 ml. O excesso de líquidos leva a formação de inchaço, água no pulmão, falta de ar e aumento da pressão arterial. Os líquidos que devem ser controlados são: água, café, chá, leite, gelatina, refrigerante, sopa e suco.
Dicas para controlar o consumo de água:
1. Evitar alimentos salgados e muito açucarados;
2. Tentar respirar mais pelo nariz que pela boca;
3. Comer frutas geladas;
4. Beber líquidos gelados;
5. Colocar uma pedra de gelo na boca, mata a sede e a quantidade de líquido ingerida é menor;
6. Colocar suco de limão ou limonada em uma forminha de gelo para congelar e chupar uma pedrinha quando
sentir sede;
7. Quando a boca tiver seca, colocar um pedaço de limão na boca para estimular a saliva ou usar balas azedas
ou chicletes.
Importante: Para o paciente que faz hemodiálise o peso não pode aumentar muito durante uma sessão e outra. Por exemplo, se o peso for 60 Kg, o ganho de peso de uma sessão para outra deve ser de 1 Kg e 800g (3 a 4% do peso seco). O importante é não ganhar mais que 2 Kg, e 3 Kg no final de semana.
Dieta das Proteínas
Os pacientes com insuficiência renal crônica precisam controlar o consumo de proteínas, pois o rim também não consegue eliminar o excesso desse nutriente. É necessário evitar o consumo excessivo de carnes, peixes, ovos, leite e derivados, pois são alimentos ricos em proteínas. Faça ingestão de proteínas diariamente, porém, sem exageros. Escolha carne vermelha, frango, peixe ou ovo na refeição do almoço e do jantar. O leite pode ser substituído por iogurte ou queijo. A ingestão excessiva de proteínas causa o aumento de ureia e fósforo no organismo.
Dieta de Sódio
O sódio está presente em vários alimentos e o sal pode ser adicionado nas preparações. Diminua a quantidade de sal para um controle adequado de pressão arterial e para evitar a sede excessiva. Sal diet ou sal light – alguns destes substitutos são ricos em potássio e nem sempre o uso é indicado.
Dicas para diminuir o consumo de sal:
USAR UMA COLHER DE CHÁ COMO
MEDIDA, durante a confecção, evitando o uso
de pôr sal “a olho”;
EVITAR ADICIONAR SAL AOS LIMENTOS,
pois estes geralmente já contêm sal;
NÃO COLOCAR O SALEIRO NA MESA
durante as refeições;
OPTAR POR COMIDAS GRELHADAS OU
ASSADAS, evitando pratos com muitos
molhos, queijos ou mesmo fast food;
Antes de se comprar os alimentos, deve-se ler
os rótulos das embalagens e procurar as
palavras sódio, sal, soda ou símbolo Na ou
NaCl, pois todas elas indicam que o alimentos
contêm sal
SUBSTITUIR O SAL POR ERVAS
E ESPECIARIAS: Para se obter bons sabores,
reduzindo a quantidade de sal, pode-se usar
especiarias e ervas à vontade, como cominho,
alho, cebola, salsinha, pimenta, orégão,
manjericão, folhas de louro ou gengibre, por
exemplo
Dieta do Potássio
O Potássio é responsável pela contração muscular e por isso interfere no funcionamento cardíaco. Hortaliças como couve-flor, espinafre, berinjela, vagem, quiabo, brócolis, abobrinha, batata, mandioquinha e abóbora devem ser cozidas em água e a água de cozimento deve ser desprezada. Abacaxi , maçã, melancia e pêssego são frutas COM POUCO potássio.
O rim de pacientes com insuficiência renal tem dificuldade para eliminar o excesso de potássio do sangue, e por isso essas pessoas precisam controlar a ingestão desse nutriente.
O excesso de potássio pode causar fraqueza muscular, arritmias e paradas cardíacas, por isso a dieta para insuficiência renal crônica tem que ser individualizada e acompanhada pelo médico e pelo nutricionista, que irão avaliar as quantidades apropriadas de nutrientes para cada paciente.
Alimentos ricos em Potássio
Frutas: abacate, banana, coco, figo, goiaba, kiwi, laranja, mamão, maracujá, mexerica ou tangerina, uva,
uva passa, ameixa, ameixa seca, laranja lima, melão, damasco, amora, tâmara;
Vegetais: batata, batata doce, mandioca, mandioquinha, cenoura, acelga, beterraba, aipo, couve
manteiga, couve-flor, couve de Bruxelas, rabanete, tomate, palmito em conserva, espinafre, chicória,
nabo;
Leguminosas: feijão, lentilha, milho, ervilha, grão de bico, soja, favas;
Cereais integrais: trigo, arroz, aveia;
Alimentos integrais: biscoitos, macarrão integral, cereais matinais;
Oleaginosas: amendoim, castanhas, amêndoa, avelã;
Produtos industrializados: chocolate, molho de tomate, tabletes de caldo de carne e de galinha;
Bebidas: água de côco, bebidas desportivas, chá preto, chá verde, chá mate;
Sementes: gergelim, linhaça;
Rapadura e caldo de cana;
Sal diabético e sal light.
Dicas para reduzir o Potássio dos alimentos
Para diminuir o teor de potássio dos grãos, frutas e vegetais, uma dica é descascá-los e cortar em cubos
antes de serem cozidos.
Em seguida, devem ser colocadas de molho durante cerca de 2 horas e, quando for cozinhar, colocar
bastante água, mas sem sal.
Além disso, a água deverá ser trocada e descartada quando os grãos e vegetais estiverem cozidos pela
metade, já que nesta água pode ser encontrada mais da metade do potássio que havia nos alimentos.
Outras dicas que podem ser seguidas são:
Evitar o uso de sal light ou diet, já que são compostos por 50% de cloreto de sódio e 50% de cloreto de
potássio;
Diminuir o consumo de chá preto e chá mate, pois possuem elevado teor de potássio;
Evitar o consumo de alimentos integrais;
Comer frutas de preferência cozidas e sem casca;
Não usar sucos em grandes quantidades, pois o potássio fica mais concentrado.
Evitar cozinhar os legumes em panela de pressão, no vapor ou no micro-ondas, pois essas técnicas
concentram o teor de potássio nos alimentos por não permitirem a troca da água
Dieta do Fósforo
Quando o rim começa a ficar doente, a excreção de fósforo na urina começa a falhar. Neste momento a produção de PTH (Paratormônio) começa a subir, agindo na parte do rim que ainda funciona. Com mais PTH na circulação, o fósforo volta a cair, retornando a níveis normais. Porém, o osso já começa a sofrer, porque o PTH retira o cálcio do osso e coloca na corrente sanguínea. Mesmo em fases iniciais da doença renal, quando a creatinina ainda é baixa, o paciente já começa a ter doença óssea porque precisa de níveis de PTH mais elevados para manter o fósforo controlado. Quando em excesso, o fósforo sanguíneo liga-se ao cálcio circulante, formando o fosfato de cálcio, uma substância insolúvel que se precipita nos vasos sanguíneos. O resultado final é a calcificação destes vasos, obstruindo o fluxo de sangue. Os sintomas do excesso de fósforo são coceira no corpo, hipertensão e confusão mental. O paciente que já não consegue eliminar o fósforo corretamente pela urina, deve então, diminuir o consumo deste através de uma dieta pobre em fósforo.
Alimentos ricos em fósforo:
Leite e seus derivados, incluindo sorvetes e iogurtes.
Pizzas.
Panquecas e waffles.
Biscoitos.
Cereais e farelos.
Vísceras (miolos, fígado, coração, língua, rins…).
Ervilhas.
Feijão.
Nozes, amendoim e amêndoas.
Chocolate e cacau.
Alimentos feitos com farinha integral (pão, bolos, bolachas, torradas).
Refrigerantes a base de cola (Coca-Cola)
Sardinha.
Salsichas, presuntos, linguiças…
Existem medicamentos que inibem a absorção intestinal do fósforo da dieta. São os chamados captadores
ou quelantes de fósforo.