O Rim

Dr. Hebert Capuci

É um órgão no formato de um grão de feijão, que forma o sistema urinário junto com os outros órgãos: ureteres, bexiga e uretra. Possuímos dois rins, localizados nas costas (região lombar), acima da linha da cintura. Cada um mede aproximadamente 10 a 13 centímetros e pesa cerca de 150 gramas. Os rins normais trabalham 24 horas por dia, filtrando cerca de 180 litros de sangue nesse período e sua principal função é purificar o sangue.

FUNÇÕES DOS RINS:

  • Eliminar as toxinas ou dejetos resultantes do metabolismo corporal: uréia, creatinina, ácido úrico, potássio etc;
  • Eliminar substâncias ingeridas como por exemplo medicamentos, metabólitos do álcool e outras drogas.
  • Evitar o acúmulo de ácidos decorrentes do nosso metabolismo normal.
  • Fazer o equilíbrio de água no organismo, evitando o acúmulo ou a excreção excessiva da água;
  • Produzir hormônios que fabricam as células vermelhas do sangue (eritropoietina) que transportam o oxigênio por todo o corpo;
  • Produzir vitamina D, fixando o cálcio nos ossos, mantendo-os fortes e saudáveis;
  • Auxilia no controle da pressão sanguínea.

FUNÇÃO DO NEFROLOGISTA:

Nefrologia (nefros do grego: rim e logia do grego: estudo) é a especialidade que se ocupa em estudar e tratar patologias que levam ao mal funcionamento do rim e da sua função fisiológica.

 Diferente do urologista, que atua em todo o trato urinário e é cirurgião, o nefrologista não realiza cirurgia, mas costuma tratar o mal funcionamento renal e suas patologias através de medicações.

Além disso, o nefrologista atua na terapia de substituição renal (transplante, hemodiálise e diálise peritoneal), que é o tratamento de escolha quando os rins param de funcionar.

Problemas Que Podem Levar à Doença Dos Rins

É a inflamação dos rins que pode ter causa imunológica (auto-imune) ou infecciosa (bacteriana por exemplo). Normalmente, os rins eliminam toxinas da corrente sanguínea e não filtram células vermelhas e proteínas do sangue. No paciente com glomerulonefrite, pode ocorrer a perda de proteína e sangue na urina, enquanto substâncias nocivas ao organismo não são eliminadas de forma adequada. Na glomerulonefrite essa perda pode ocorrer em quantidades variáveis, configurando a síndrome nefrítica ou síndrome nefrótica.

Pode manifestar-se também sob a forma de hematúria (sangue na urina) macroscópica (perceptível a olho nu) ou microscópica (imperceptível a olho nu), inchaço (edema) em proporções variáveis, elevação do colesterol e da pressão arterial. Ocorre a suspeita diagnóstica quando, além das manifestações clínicas descritas acima, o indivíduo apresenta também alterações em exames de urina (perda de sangue e/ou proteína), exames de sangue (elevação da creatinina e do colesterol, queda de albumina) e de imagem (ultrassonografia ou tomografia computadorizada). A confirmação é realizada pela biópsia renal, que pode definir também a classificação e a evolução da doença (prognóstico).

É a infecção dos rins, geralmente por bactérias, sendo menos comum que a infecção da bexiga (cistite). Acomete mais mulheres do que homens. Pode ser um quadro grave que necessita de internação mas, na maioria das vezes, o tratamento é feito em casa com antibióticos. 

Fatores de risco para pielonefrite são:

▪ atividade sexual frequente ou não ter parceiro sexual fixo.

▪ Diabetes mellitus

▪ Uso de preservativos com espermicida

▪ Parentes de primeiro grau de pessoas com infecção urinária recorrente.

▪ Cistite ou pielonefrite nos últimos 12 meses


Os sintomas da pielonefrite são:

▪ Febre alta (acima de 37,8ºC)

▪ Dor em região lombar

▪ Náuseas e/ou vômitos

Neste caso, a assistência médica imediata e o tratamento antibiótico precoce, promovem a pronta recuperação do paciente sem risco de complicações, na maioria das vezes.

Geralmente são doenças hereditárias e genéticas que podem ou não causar alteração do funcionamento renal (por exemplo rim em ferradura).

Cálculo renal ou nefrolitíase ou popularmente conhecido como pedra nos rins. É uma patologia extremamente comum e que necessita de estudo para se conhecer a anormalidade metabólica, a partir da qual se estabelece uma linha de tratamento e acompanhamento. A formação de cálculos renais ocorre quando certas substâncias são eliminadas de forma inapropriadamente elevadas na urina (cálcio, oxalato, cistina, ácido úrico e fosfato) ou quando se elimina, também de forma inapropriada, quantidade muito pequena de substância que deveria realizar a proteção contra a formação do cálculo (citrato).

A ingestão de quantidades insuficientes de líquidos (principalmente água) associado à formação de urina em quantidades muito baixas, também favorece o aparecimento de cálculos renais.

Os cálculos renais ao serem eliminados através da urina, provocam dilatação dos canais urinários (ureter e uretra) e, consequentemente, dor de forte intensidade na região lombar com irradiação para a região genital. Além da dor, podem causar sangramento urinário, náuseas e vômitos. O diagnóstico é realizado por exame de imagem (tomografia computadorizada de rins e vias urinárias ou ultrassom renal).

Hipertensão arterial sistêmica: é uma patologia extremamente comum e que leva à doença renal terminal com necessidade de hemodiálise ou diálise peritoneal, se não tratada. Os vasos sanguíneos são responsáveis por levar o sangue aos órgãos do corpo de forma contínua. A pressão mais elevada é a sistólica e equivale à batida do coração. A pressão mais baixa equivale ao relaxamento que ocorre entre as batidas do coração e é denominada pressão diastólica. A pressão arterial normal é aquela menor que 120x80mmHg. Quando a pressão exercida por esse fluxo torna-se elevada (acima de 140x90mmHg em medida realizada no consultório) o paciente é diagnosticado como portador de hipertensão arterial sistêmica (HAS).

 O diagnóstico da HAS pode ser realizado de três formas:

  • Medida da pressão arterial no consultório acima de 140×90 mmHg, em pelo menos duas ocasiões, espaçadas por ao menos uma a duas semanas.
  • Medida domiciliar da pressão arterial (MRPA): geralmente realizada 2x ao dia por, ao menos, 5 dias com aparelho automático e técnica específica. É considerado pressão arterial elevada quando a média pressórica de todos os dias é superior a 135X85mmHg
  • Monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA): é o melhor método para realizar o diagnóstico da HAS. Constitui na instalação de um aparelho automático programado para realizar a medida por 24h. A hipertensão arterial é estabelecida quando a média pressórica de todas as medidas é superior a: 130X80mmHg (24h), 135X85mmHg (vigília) e 120X70mmHg (sono), respectivamente.

A pressão arterial elevada geralmente não ocasiona sintomas no início da doença. Em fases avançadas e, se o paciente não realizar o tratamento adequado, a HAS pode levar à lesão em órgãos como o coração, cérebro, rins e retina. O paciente com HAS não controlada sofre um risco maior de apresentar infarto agudo do miocárdio, acidente vascular encefálico (popularmente conhecido como derrame), doença renal crônica e, eventualmente, necessidade de hemodiálise ou diálise peritoneal. Em casos graves pode apresentar, ainda, problemas na visão com redução da acuidade visual (retinopatia).

Diabetes mellitus é uma doença metabólica que consiste no achado de glicemia de jejum acima de 126mg/dl em pelo menos 2 ocasiões. Pode ser decorrente de uma falência pancreática em produzir insulina (diabetes mellitus tipo 1) ou devido uma resistência do organismo à atuação da insulina, que é o hormônio que controla os níveis de açúcar no sangue. O DM, geralmente em fases avançadas, leva a lesões vasculares que se manifestam como problemas cardíacos, cerebrais, retinianos e renais. O acometimento renal ocorre de forma lenta e progressiva, à semelhança do que ocorre em outros órgãos. Não há sintomas no acometimento renal inicial, o que pode levar ao atraso na assistência médica necessária.

Conforme a doença progride, ocorre o aparecimento de albumina na urina, que aumenta de forma progressiva e pouco sintomática, contribuindo para a piora da função renal futura. Após cerca de 75% de perda da função renal, os sintomas aparecem, ocorrendo em uma fase tardia em que o tratamento já não oferece os mesmos benefícios quando aplicado inicialmente, apesar de ainda ser fundamental e imprescindível. Deste modo, em fases iniciais, o médico nefrologista solicita exames que medem o nível de proteína na urina e a função renal, atenuando a agressão renal decorrente do diabetes através de orientações dietéticas e medicações específicas. Ao iniciar o tratamento em fases iniciais, o paciente consegue uma evolução mais favorável e um acompanhamento mais preciso de sua patologia

É uma doença autoimune em que há produção de anticorpos dirigidos contra pele, articulações, cérebro e também rins. Ao acometer o rim, ocorre a nefrite lúpica. Cerca de metade dos pacientes com nefrite lúpica apresentam:

▪ Edema: que pode ocorrer em torno dos olhos, face, mãos e
pés.
▪ Ganho de peso devido principalmente ao edema, podendo
ocorrer perda de peso involuntária.
▪ Cansaço
▪ Urina espumosa ou avermelhada.
▪ Redução do volume urinário
▪ Elevação da pressão arterial.

Todo paciente com lúpus deve ser avaliado para o possível acometimento renal. Este acometimento manifesta-se através de proteína e sangue na urina, em quantidades variáveis, e acompanhado ou não de piora da função renal. Neste caso, pode ser necessária a realização de biópsia renal, que ajudará o nefrologista na melhor opção terapêutica.

Síndrome nefrótica: é uma doença causada por inflamação renal e que se manifesta por inchaço (edema difuso), perda abundante de proteína na urina (geralmente manifestada como urina espumosa) e albumina baixa no sangue. Os principais sintomas relacionados à síndrome nefrótica são:

▪ edema (inchaço) acentuado em todo o corpo, mas principalmente na região periorbitária pela manhã. Pode ocorrer também edema importante em membros inferiores.
▪ ganho de peso rápido, decorrente principalmente pelo acúmulo de sal e água ocasionado pelo edema.
▪ piora da função renal em alguns pacientes que são assintomáticos no início, mas podem evoluir para fraqueza, falta de ar e perda do apetite.
▪ aumento de gordura no sangue (principalmente colesterol ruim).
▪ aumento da possibilidade de formação de coágulos no sangue podendo ocorrer trombose em membros inferiores e no pulmão.
▪ aumento do risco de infecções.

O diagnóstico de síndrome nefrótica é realizado pelo encontro de grande quantidade de proteína na urina, em exame específico. São realizados, também, vários exames de sangue a fim de tentar descobrir a causa subjacente que ocasionou a síndrome nefrótica. O diagnóstico é confirmado pela biópsia renal.

Síndrome nefrítica: é uma doença também causada por inflamação renal e que se manifesta por inchaço (edema), elevação da pressão arterial e urina escura ou avermelhada (hematúria). Diferente da síndrome nefrótica que causa um edema mais pronunciado, a síndrome nefrítica costuma se manifestar com edema leve em região periorbitária e elevação importante da pressão arterial. O achado chave seria a urina escura ou avermelhada. As causas mais comuns são:

▪ Glomerulonefrite pós-infecciosa (geralmente após infecção de garganta ou de pele por bactéria do grupo streptococcus.
▪ Nefropatia por IgA
▪ Lúpus eritematoso sistêmico
▪ Algumas vasculites e glomerulonefrite membranoproliferativa.

É a redução progressiva e lenta da função renal. É ocasionada como alteração final ocasionada por várias doenças que acometem o rim: hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, glomerulonefrites, doenças císticas renais, uropatia obstrutiva, mieloma múltiplo, gota complicada, amiloidose, entre outras.

▪ Hipertensão arterial sistêmica
▪ História familiar de doença renal
▪ Etnia afro-americana
▪ Obesidade
▪ Tabagismo
▪ Idade avançada
▪ Perda de proteína na urina
▪ Doença auto-imune como, por exemplo, lúpus eritematoso
sistêmico.

Medidas que podem proteger o seu rim de uma evolução desfavorável:

▪ Controle da pressão arterial com mudanças no estilo de
vida e medicações de acordo com seu médico
▪ Controle do excesso de açúcar no sangue (diabetes
mellitus) com medicações adequadas
▪ Evitar o tabagismo (cigarro).
▪ Redução do peso se você estiver obeso ou com sobrepeso
▪ Evitar medicações que podem agredir o rim como, por
exemplo, anti-inflamatórios (ibuprofeno, naproxeno,
diclofenaco, nimesulida), antibióticos (gentamicina) e
contraste iodado durante exames de imagem.
▪ Utilizar uma alimentação saudável com baixo teor de sal,
baixo teor de gorduras e de carboidratos simples.

O nefrologista atua, através de medicações específicas e orientações dirigidas, de forma a amenizar a agressão ocasionada por essas doenças

Injúria renal aguda (antigamente chamada de insuficiência renal aguda): é a perda súbita da função renal que se mantém por períodos variáveis. Diferente da doença renal crônica e se o paciente não estiver com quadro clínico muito grave, grande parte dos pacientes recuperam a função renal.

Pode ter como causas:

▪ Redução da perfusão renal: uso de medicações (anti-inflamatórios, alguns anti-hipertensivos), uso de contrastes radiológicos.
▪ Toxicidade: antibióticos, rabdomiólise (lesão muscular por trauma, veneno de cobra ou medicação)
▪ Nefrite intersticial alérgica (inflamação renal): uso de algumas medicações: (penicilina, furosemida, sulfonamidas, alopurinol).
▪ Obstrução do trato urinário: prostatismo (crescimento da próstata com obstrução), câncer de próstata, bexiga ou ginecológico causando obstrução renal, cálculo renal bilateral.

Infecções urinárias recorrentes, cistites: Cistite ou infecção urinária baixa é ocasionada por bactéria alojada na bexiga. Pode se apresentar de forma isolada ou recidivante. É muito mais comum em mulheres do que em homens e os principais fatores de risco são:

▪ Atividade sexual frequente
▪ Diabetes mellitus
▪ Baixa ingesta hídrica
▪ Uso de preservativos com espermicida
▪ Infecção urinária nos últimos 12 meses.

Os principais sintomas da cistite são:

▪ Dor ou ardor ao urinar
▪ Urgência e aumento da frequência de necessidade de urinar
▪ Sangue na urina
▪ Dor ou desconforto em baixo ventre.

O diagnóstico é realizado através da sintomatologia específica e, em alguns casos, confirmado pela realização de exame de urina e cultura de urina. O nefrologista atua também no tratamento e prevenção de infecção urinária recorrente.

Doença renal policística do adulto (DRPA): é uma doença que leva ao crescimento inadequado dos rins associado à formação de múltiplos cistos renais. A doença evolui de forma lenta para insuficiência renal crônica e possibilidade de início futuro de terapia de substituição renal (hemodiálise ou diálise peritoneal).

É uma doença hereditária e isto significa que outros familiares também podem ser acometidos. O diagnóstico é facilmente realizado em pacientes que já possuem história familiar da doença e apresentam múltiplos cistos renais nos exames de imagem.

Em pacientes que não possuem história familiar, o diagnóstico é mais difícil e geralmente é realizado pelo número de cistos em relação à idade, já que o número de cistos aumenta com o envelhecimento. Em alguns casos mais difíceis, seria necessário a realização do teste genético, o qual é muito dispendioso.

  • Os sinais e sintomas da DRPA são:
  • Dor lombar
  • Elevação da pressão arterial
  • Infecção urinária
  • Sangramento na urina
  • Pedra (cálculo) nos rins

Apesar de ser uma patologia cirúrgica e, portanto, com necessidade de acompanhamento com urologista, deve ser acompanhada também pelo nefrologista principalmente nos casos que evoluem com mal funcionamento renal.

Hidronefrose é a dilatação renal causada por obstrução ao fluxo de urina. Quando ocorre de forma prolongada, pode levar ao dano renal permanente. Pode ser ocasionada por cálculos renais (pedra nos rins), tumores, alterações congênitas do trato urinário, coágulos, dentre outros. Necessita de acompanhamento em conjunto com urologista caso a obstrução necessite de intervenção cirúrgica para desobstrução.

É o termo técnico para o encontro de células vermelhas (hemácias) na urina. Estas células podem vir de qualquer local do tratouu rinário: rins, ureteres, bexiga, próstata (em homens) ou uretra. Embora o encontro de sangue na urina possa ser preocupante, há a possibilidade de ser uma doença benigna e de fácil tratamento que ocasiona a hematúria.

Entretanto, sempre é necessário uma investigação adequada a fim de afastar causas mais graves da disfunção.

Em algumas situações ocorre o aparecimento de urina avermelhada por pigmentação de alimentos (beterraba) ou medicações (fenazopiridina).

Existem 2 tipos de sangramento urinário:

  • Macroscópico: é aquele sangramento que ocorre a olho nu em grande quantidade. A urina aparece avermelhada na maioria das vezes. Pode se apresentar também sob a forma de uma coloração mais escura ou acastanhada.
  • Microscópica: é aquele sangramento evidenciado apenas por exames laboratoriais de urina (microscópio), estando a urina de coloração normal a olho nu.

Causas de sangramento urinário:

  • Infecção da bexiga (a chamada cistite) que também causa sintomas como ardência e urgência ao urinar.
  • Infecção renal (pielonefrite).
  • Cálculo renal: que geralmente apresenta como dor lombar em cólica de forte intensidade, unilateral, com irradiação para região genital.
  • Alguns tipos de glomerulonefrites (inflamação renal)
  • Trauma do trato urinário
  • Aumento do tamanho da próstata.
  • Tumores de rim, bexiga, próstata e trato urinário, mais comum em pacientes acima dos 50 anos.

 
Ao apresentar hematúria, o paciente necessita ser submetido à avaliação clínica cuidadosa com exames de urina (para avaliar se há proteína na urina concomitantemente e a forma da hemácia), exames de imagem (ultrassonografia, tomografia ou ressonância magnética) e exames de sangue.

Quando indicado, pode ser realizado a cistoscopia que consiste na avaliação interna da bexiga por meio de exame endoscópico ou biópsia renal, que consiste na retirada de pequeno fragmento do tecido renal através de punção por agulha, a fim de ser feita avaliação microscópica.

É o termo técnico para inchaço causado por excesso de líquido que envolve os tecidos e órgãos. Geralmente acometem os membros inferiores, mãos, região periorbitária, abdome (ascite) ou pulmões. Condições associadas ao edema:

■ Doença renal crônica: geralmente o edema aparece em membros inferiores e região periorbitária, principalmente pela manhã. A síndrome nefrítica e a síndrome nefrótica também são causas de edema de origem renal.
■ Insuficiência cardíaca congestiva: é quando o coração enfraquece e tem dificuldades no bombeamento de sangue. Ocorre edema de membros inferiores que piora ao longo do dia associado a dificuldade de respirar devido acúmulo de líquido nos pulmões.
■ Cirrose hepática: é quando o fígado tem dificuldades no funcionamento adequado ocasionando excesso de líquido no abdome e em membros inferiores.
■ Doença venosa crônica: pode ocorrer na trombose venosa (quando há a formação de coágulo que impede a drenagem adequada do sangue) ou na doença das veias, quando ocorre dificuldade na drenagem do sangue e aparecimento de varizes.
■ Medicações: algumas medicações utilizadas para o controle da hipertensão arterial, diabetes e anti-inflamatórios, anticoncepcionais podem causar edema como efeito adverso.
■ Gravidez: ocorre a retenção de líquidos nesse período, principalmente em mãos, pés, face e no final da gestação. Quando não está acompanhada de outros sinais, como elevação da pressão arterial ou perda expressiva de proteína na urina, não oferece riscos.

O edema renal tem como características principais o aparecimento pronunciado pela manhã e o acometimento periorbitário e em membros inferiores. Pode estar associado a graus variáveis de proteinúria

É um procedimento que consiste na retirada de um pequeno fragmento do tecido renal para avaliação microscópica. É realizado pelo médico nefrologista sob auxílio de um médico ultrassonografista que faz a orientação do melhor local para retirada do fragmento.

Algumas patologias renais necessitam de uma avaliação microscópica do tecido, a fim de ser melhor definido a causa, severidade e possível tratamento. Ela é realizada quando exames de sangue e urina, isoladamente, não conseguem definir a patologia. As principais indicações são:

▪ sangue na urina
▪ Proteína na urina
▪ Piora abrupta ou inexplicada da função renal.

Preparação para biópsia renal: antes do procedimento o paciente será submetido a provas de coagulação para avaliar a facilidade de interrupção de sangramento pelo organismo e eventual processo infeccioso.

Além disso, se o paciente faz uso de certas medicações anticoagulantes como, por exemplo: varfarina, AAS, clopidogrel, apixabana, rivaroxabana, estas devem ser interrompidas uma a duas semanas antes da realização do exame.

Procedimento: é realizado sob anestesia local, com o paciente deitado com as costas para cima e acordado. Uma agulha é inserida através da pele e é retirado cerca de 3 fragmentos para enviar ao patologista. Os fragmentos serão avaliados em microscópio por médico especialista (patologista). Após o procedimento, o paciente permanecerá internado por cerca de 24h a fim de acompanhar possível complicação relacionada ao exame.

O paciente deverá evitar exercício extenuante por 1 a 2 semanas e as medicações anticoagulantes só deveriam ser retornadas após cerca de 1 a 2 semanas, ou quando o médico achar conveniente. Principais complicações da biópsia renal:

▪ sangramento: é a complicação mais comum e pode durar até 1 semana após o procedimento. Quando ocorre de forma vigorosa e por tempo mais prolongado, necessita de avaliação minuciosa. Complicações mais graves não são comuns mas, em alguns casos, pode ser necessário cirurgia para interromper o sangramento renal.

▪ Dor lombar: pode ocorrer após o procedimento e é devido à distensão da cápsula que envolve o rim por pequeno sangramento. Na maioria das vezes, analgésicos comuns e, eventualmente, opiáceos aliviam o sintoma.

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